A inadimplência de pessoas físicas no Brasil alcançou um novo recorde histórico em setembro de 2025, com 71,86 milhões de consumidores com contas em atraso, o que representa 43,14% da população adulta. O levantamento realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC Brasil mostra que o número de brasileiros negativados cresceu 8,91% em relação ao mesmo período de 2024.
Em suma, o país enfrenta um cenário de endividamento persistente e preocupante, que exige atenção tanto do mercado quanto dos consumidores.
Crescimento moderado, mas estrutural
Na comparação mensal, entre agosto e setembro, o aumento foi de 0,21%, indicando uma desaceleração leve, entretanto, o número ainda reflete um problema estrutural. Segundo a CNDL, o Brasil convive hoje com um quadro de inadimplência de pessoas físicas caracterizado por:
- Alta reincidência de dívidas;
- Recuperação de crédito abaixo do esperado;
- E grande concentração de débitos de baixo valor, mas de alto impacto cumulativo.
“Sem iniciativas coordenadas entre mercado, poder público e incentivo à educação financeira, o sistema de crédito continuará caro e com exclusão financeira significativa”, destaca José César da Costa, presidente da CNDL.
Perfil do consumidor inadimplente
A faixa etária com maior número de devedores está entre 30 e 39 anos, representando 23,56% dos casos.
A participação por gênero segue equilibrada: 51,18% mulheres e 48,82% homens.
Em termos regionais, o Centro-Oeste lidera com crescimento de 8,16% no número de inadimplentes, seguido de perto pelas regiões Norte (7,99%), Nordeste (7,59%), Sudeste (7,54%) e Sul (7,36%).
O valor médio das dívidas é de R$ 4.801,45, distribuído entre, em média, 2,22 empresas credoras por consumidor. Quase 44% das dívidas têm valor de até R$ 1.000, mostrando que o endividamento não está ligado apenas a grandes compromissos, mas também a gastos recorrentes e mal planejados.
Setores mais afetados e causas do aumento
O número total de dívidas em atraso cresceu 15,07% em setembro de 2025, em comparação com o mesmo mês de 2024.
Contudo, nem todos os setores sentiram esse impacto da mesma forma. O levantamento destaca que:
- O setor bancário concentra 66,37% das dívidas e apresentou aumento de 17,75%;
- As contas de água e luz subiram 14,40%;
- Comunicação, 8,23%;
- E o comércio, 1,08%.
Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, ressalta outro fator importante: o papel das redes sociais na expansão do consumo impulsivo. “As plataformas conhecem profundamente os hábitos e desejos dos consumidores e estimulam compras desnecessárias. Limitar a exposição pode ser uma estratégia eficaz para evitar o endividamento”, reforça.
A inadimplência não é apenas um reflexo da economia, mas também dos hábitos de consumo e do acesso facilitado ao crédito. Entretanto, para o empreendedor, compreender esse cenário é essencial para tomar decisões mais estratégicas e proteger o fluxo de caixa do negócio.
Em suma, entender os dados da inadimplência de pessoas físicas permite às empresas desenvolver políticas de crédito mais seguras, reduzir riscos e criar estratégias sustentáveis de relacionamento com clientes, fortalecendo a saúde financeira da organização.
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